Díli - O relançamento do debate sobre o papel da língua portuguesa em Timor-Leste permitiu nas últimas semanas a recolha de diferentes contributos que colocam o papel fundamental da língua como factor de construção de uma identidade nacional.
Em Timor-Leste, dez anos depois da Independência, convivem hoje duas realidades linguísticas no que diz respeito aos idiomas oficiais do país. De um lado, o Tétum falado pela larga maioria da população. Do outro, o Português, ligado sobretudo às elites políticas e culturais. Pelo meio, as influências anglo-saxónicas e o bahasa contribuem para este avolumar deste complexo panorama linguístico timorense.
Prova desta confluência linguística em Timor é o facto da língua franca nacional, o Tétum Praça, ter uma clara influência «lusificada», como refere Ken Westmoreland. O linguista refere mesmo que o que se considera serem 15 dialectos de Tétum espalhados pelo país são na verdade «línguas tão diferentes uma da outra como o inglês, o português e o finlandês».
Isabel Feijó, Membro de uma missão do PNUD de avaliação da situação linguística na Administração Pública em Timor-Leste entre Outubro e Dezembro de 2008, em e-mail endereçado à redacção da PNN e entretanto divulgado na íntegra em vários blogs timorenses, defende que a especificidade linguística timorense, entre o Tétum e o Português, é o «reflexo da cultura híbrida leste-timorense, onde se misturam elementos indígenas e latinos numa síntese que é elemento essencial da identidade de Timor-Leste».
Notícia completa: Jornal Digital
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