Díli - A manutenção do Português como língua oficial de Timor-Leste tem vindo, nos últimos meses, a ser questionada por «várias vozes» da sociedade timorense. Na base das críticas estão argumentos como a distância geográfica que separa o país de qualquer um dos seus parceiros da CPLP e o facto de grande parte da população entender as línguas dos dois principais países vizinhos (bahasa indonésio e inglês).
Muitos defendem ainda que o próprio Tétum poderia assumir em exclusividade o papel de língua oficial. No entanto, é normalmente omitida a existência de pelo menos 15 variantes do Tétum e muitos outros dialectos locais. Omitido é também o facto do Tétum ser uma língua incompleta que continua a assimilar neologismos, designadamente do Português. Hoje, a língua portuguesa é um símbolo da identidade nacional timorense, depois de se ter tornado o principal veículo de comunicação durante os anos da Resistência à ocupação indonésia. Este «papel central na civilização timorense» é reflexo da ligação existente entre o português e o tétum, segundo a expressão do linguista australiano Geoffrey Hull, que aponta também as eventuais consequências negativas que poderiam advir da adopção da língua de Shakespeare para o desenvolvimento da própria língua nacional.
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